O plástico é um real problema do qual dependemos nos dias que correm. Aliás, de acordo com a Greenpeace, todo e qualquer plástico alguma vez produzido ainda existe no mundo, facto realmente assustador se considerarmos que são produzidos cerca de 300 milhões de toneladas a cada ano, sendo 50% dessa produção plásticos de uso único. Todos os anos, muitos milhões de toneladas de plástico são depositados no mar, colocando em risco as espécies marítimas e costeiras.

Tenho esta estranha mania de tratar com imenso carinho assuntos que me dizem muito. Lembro-me de me ter apercebido da existência da Zouri através do Instagram, a propósito de uma publicação de uma qualquer celebridade que apareceu, sem que eu o solicitasse, no meu feed. Daí até me interessar pela marca foi um instante. E seria para mim muito complicado ignorar algo que carrega consigo uma tão poderosa mensagem de esperança e vontade ser mais e melhor nos tempos que correm. Mas a minha maior surpresa em relação à marca não surgiu aí.

No penúltimo fim de semana de maio decorreu o Mercadim, um mercado sustentável organizado pela Verdim, uma associação ambiental da Póvoa de Varzim e, sabendo que a Zouri lá iria estar, não podia perder a oportunidade de ver ao vivo e a cores os modelos que já há muito me fascinavam pelas internetes.

Bem… e o assoberbada que me senti quando me apercebi do ser humano maravilhoso que estava por trás da marca. Bastou alguns minutos de conversa para compreender o quão comprometida em mudar o mundo está a Adriana Mano. Conversamos bem mais de meia hora e sei que poderíamos ficar ali uma eternidade, se fosse preciso. E foi muito bom aperceber-me que a marca é o reflexo das ideias de alguém tão honesto e cru consigo e com os outros. Falamos de dificuldades, sacrifícios, hábitos, sonhos, … E selamos a conversa com um abraço no qual senti que estávamos aqui, na Terra, com o mesmo propósito.

São sandálias e sapatilhas feitas de plástico recolhido das praias de Esposende, borracha natural, algodão orgânico e pinatex (um tecido obtido a partir de folhas de ananás). Para além dos materiais sustentáveis, bem longe das microfibras e sintéticos aos quais nos acomodamos, o calçado é produzido de forma ética e justa em Guimarães, garantindo que cada um dos pares é feito com igual detalhes e perfeição.

A Adriana recorda-nos que no que concerne à sustentabilidade, infelizmente, os produtos resultam mais caros do que o desejado, os investimentos ainda são muito altos e as coisas só funcionam “criando elos, se todos dermos as mãos e cooperamos”, de forma a que a massa critica seja capaz de levar avante uma ideia. Os modelos da Zouri são intemporais, minimalistas e lutam contra a sazonalidade típica e supérflua do mundo da moda.

Para manter a sua missão, a Zouri precisa de nós, tanto quanto o mundo precisa da Zouri. Ao apoiarmos este projeto estamos, para além de adquirir uma peça de calçado de altíssima qualidade, a apadrinhar uma ideia que quer e pode mudar o mundo. Não vos digo para irem a correr comprar por impulso um par, nada disso. Vejam se gostam e, sobretudo, se precisam de um par novo de sapatilhas ou de sandálias e, se for o caso, consideram adquirir umas Zouri. Estarão a fazer do nosso planeta um lugar melhor.