O primeiro polímero sintético, que veio dar origem ao comum plástico, foi inventado em 1869 com o propósito de substituir o marfim. Mas foi durante a II Guerra Mundial que o seu uso se massificou, já que havia a necessidade de preservar os recursos naturais e produzir os materiais necessários para a guerra feitos de alternativas sintéticas.

O seu custo de produção é baixo, mas foi a sua flexibilidade e adaptabilidade que lhe garantiu a preferência por parte das grandes indústrias. Contudo, houve algo em que ninguém pensou: como é que faremos o plástico desaparecer da superfície da terra?

Foi durante a década de 1960 que se começou a perceber o plástico – sobretudo o descartável, ou de uso único – como um problema, mas até então nenhuma solução eficaz e em grande escala foi colocada em cima da mesa…

De acordo com a revista National Geographic, em Portugal existem zonas de rio e estuários severamente afetadas pelos microplásticos (partículas com menos de 5 milímetros que resultam da degradação do plástico e que podem ter origem em objetos feitos de plástico ou ainda em roupas feitas com fibras sintéticas). Este tipo de poluição quase invisível tem impactos na cadeia alimentar marinha, mas também em humanos. No estuário do Douro, por exemplo, há mais plástico do que larvas de peixe, numa proporção de uma larva para cada 1,5 partículas de microplástico.

Anualmente, Portugal consome cerca de 721 milhões de garrafas de plástico, 40 milhões de embalagens descartáveis, 259 milhões de copos de café descartáveis e, imagine-se (!), MIL MILHÕES de palhinhas de plástico.

Estes dados, para além de serem assustadores, deveriam também ser mais do que suficientes para despertar a nossa consciência para a mudança. Se até então te faltou a motivação para avançar para uma vida livre de descartáveis, talvez esta seja a altura ideal para contraria a tendência.

O que é este movimento?

O “Plastic Free July” trata-se da principal iniciativa da Plastic Free Foundation, uma organização australiana independente, sem fins lucrativos, estabelecida em 2017. Contudo, o movimento teve os seus primórdios em 2011.

O objetivo é fazer a diferença na redução do consumo de plástico de uso único, focando-se em soluções eficazes, de forma a diminuir o seu impacto ambiental no planeta. A inclusão social, a honestidade e a integridade também são parte do foco da organização.

Qual o seu impacto?

Para além dos prémios e reconhecimentos internacionais que o movimento já recebeu, em julho de 2019, cerca de 250 milhões de pessoas, de 177 países distintos, aderiram ao desafio.

Em média, os participantes do Plastic Free July conseguem reduzir significativamente o desperdício produzido nas suas habitações e passar a reciclar 23kg de resíduos por pessoa anualmente.

Para além disso, contribuem para a eliminação de cerca de 825 milhões de kg de plástico por ano.

O melhor de tudo: 9 em cada 10 pessoas que participam no desafio fazem das suas mudanças de julho hábitos para a vida.

Como fazer a diferença?

Não precisas de mudar radicalmente a tua vida para fazer parte do #PlasticFreeJuly. Troca a garrafa de água de plástico por uma reutilizável, leva os teus sacos de casa quando fores às compras, ou troca o gel de banho por sabão.

O plástico não é o inimigo, mas a maneira como o utilizamos faz toda a diferença.

Acompanha as partilhas nas redes sociais através da hashtag #PlasticFreeJuly para veres como é fácil mudar pequenos hábitos no teu dia a dia.

Preparadx para fazer parte da mudança?